Brasil cai para 9ª posição entre os países mais desiguais do mundo
Divulgado nesta segunda-feira (26) pela organização não governamental Oxfam Brasil, o relatório País estagnado: um retrato das desigualdades brasileiras – 2018 mostra que entre 2016 e 2017 a diminuição da desigualdade de renda no Brasil foi interrompida pela primeira vez nos últimos 15 anos. A estagnação fez com que o Brasil caísse da para a posição 9ª de país mais desigual do planeta no ranking global de desigualdade de renda de 2017. Antes, o país ocupava a 10ª posição.
Em 2017, os 50% mais pobres da população brasileira sofreram uma retração de 3,5% nos seus rendimentos do trabalho. A renda média da metade mais pobre da população foi de R$ 787,69 mensais, menos que um salário mínimo. Por outro lado, os 10% de brasileiros mais ricos tiveram crescimento de quase 6% em seus rendimentos do trabalho. A renda média dessa parcela da população foi de R$ R$ 9.519,10 por mês, conforme dados da PNAD/IBGE.
O número de pessoas pobres também cresceu no período. Havia 15 milhões de pessoas pobres no Brasil em 2017, o que corresponde a 7,2% da população - aumento de 11% em relação a 2016, quando havia 13,3 milhões. É considerado pobre quem sobrevive com renda de até US$ 1,90 por dia, cerca de R$ 7, conforme critério do Banco Mundial.
O relatório aponta ainda inúmeras medidas para a redução das desigualdades no Brasil, entre elas a criação de metas para diminuir o estabelecimento de metas para o fim da discriminação salarial em função de raça e gênero e a revogação da Emenda Constitucional 95/2016, que instituiu o Teto de Gastos. Mas a principal recomendação da Oxfam para lidar com o desafio é a redução da carga tributária indireta no país, que pesa especialmente sobre os mais pobres.