Sustentabilidade: Se essa moda pega...

Por Neli Zaidan

A temática “sustentabilidade”, vem sendo bastante discutida nos últimos anos. Há quem diga que virou “modinha” ser sustentável, mas a verdade é que, independentemente disso, virou necessidade. É preciso mudar urgentemente. Existem vários significados para a palavra sustentabilidade e, muitas vezes, são interpretados incoerentemente.

Um desenvolvimento sustentável é o que consegue satisfazer as necessidades do presente sem comprometer as próximas gerações. A nomenclatura se dá através de três pontos importantes: social, econômico e ecológico. Havendo um equilíbrio entre esses, haverá uma consciência e responsabilidade
sustentáveis.

Trazendo para o mundo da moda, sabemos que esse movimento não só diz respeito as roupas que alguém veste. Mas também o comportamento e a identidade social e cultural. Diversos eventos e encontros veem acontecendo com a temática para se discutir e criarem iniciativas e modos de consumo sustentável para todas as áreas e todos os setores. 

A indústria da moda é uma das que mais gera empregos no cenário mundial, sendo a terceira atividade econômica em termos de geração de renda, porém, essa mesma indústria é uma das que mais gera lixo (o que poderia ser amenizado ou até mesmo evitado). Referências de moda e vestuário sustentável vem surgindo a cada dia, mas ainda é um processo do qual vemos gradativamente mas que tem a forte tendência de crescer, já que ser ecologicamente correto é situação emergente e precisa ser repensada por todos nós. O tema sustentabilidade estava em pauta.

Em Caruaru, aconteceu o “3º Te vejo no Armazém pra falar de Moda”, promovido pelo Armazém da Criatividade. O evento de networking e conteúdo trouxe um time de empreendedores bem antenados com essa proposta. Entre as palestrantes estava Marina22 Pacheco – da Marina Pacheco Atelier, que é arquiteta, estilista e designer e é fundadora da marca homônima de moda autoral, que traz o conceito de arte e incentiva a sustentabilidade, além do consumo consciente. Marina fala que desde pequena aprendeu o consumo consciente, antes mesmo de saber o seu conceito e que se inspirou muito a partir da leitura do biografia sobre seu avô Plínio Pacheco (1926-2002), Jornalista e Diretor Teatral Brasileiro. “eu sempre lia muito. É muito importante para você ser autêntico. Você precisa conhecer histórias de pessoas que foram pioneiras, para fazer algo que você acredita”, afirmou Pacheco.

Outra palestrante que esteve fazendo diferença do evento foi a Carolina Castro – Brechó Carolina Desapega, que é Curadora e Administradora do Brechó Carolina Desapegada e integrante da Casa Tipos, em Caruaru. Carolina iniciou o Brechó despretensiosamente. Decidiu vender umas peças que não mais a servia para juntar dinheiro para fazer uma viagem. Mas a proposta ganhou proporção que ela nem esperava e quando ela retomou de viagem continuou com uma visão de possibilidade de um novo negócio tendo muita aceitação do público em geral.

Castro fala da importância de ter um Brechó nos dias de hoje. “meu público é muito diversificado. Muita gente vai lá pela questão do preço. Mas tem gente que tem uma condição melhor e vai procurar roupas de marca e tem aquela pessoa que quer fazer o consumo consciente”. Carolina ainda diz que não falta fornecedor para suas peças. “as pessoas estão desapegando. A pessoa está se desfazendo de uma peça e ainda está ganhando um dinheiro por isso. É bom para todo mundo. Para mim que estou vendendo, para quem vai comprar por um preço barato e é bom para quem quer ser mais consciente e quer dar uma história nova para as peças”.

No evento, ainda estiveram debatendo sobre o assunto Mariana Pinto – Marinas Estampas, Designer de Moda e fundadora da Marinas e Luiz Clério – Professor da Faculdade Senac Caruaru. Designer especialista em desenvolvimento de produtos, moda e ensino
profissional e Consultor.

A sustentabilidade deverá se tornar a principal tendência em todas as estações. É necessário. É difícil mudar hábitos e costumes enraizados, mas também é possível. Sejamos educados, conscientes e responsáveis. Precisamos cuidar do nosso planeta, da nossa morada. É um dever de todos nós. Apoie e estimule iniciativas sustentáveis. Cada um fazendo seu trabalho, aos poucos, conseguiremos mudar esse cenário triste e esses dados alarmantes. Vai Planeta!