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Política: entre o humano e o divino

humano e divinoO cristão é o povo mais hipocritamente politicamente correto que talvez exista. Desconhece a própria religião, os próprios escritos, a própria história e principalmente: seu maior ícone. Isso reflete a falta de conhecimento sobre si mesmo, sobre seus valores e visões, sobre sua filosofia, sobre sua fé. Acredita somente no que contaram a ele mas não no exemplo dado. Usam a Bíblia somente como adereço na sala de casa ou na mesa de cabeceira. Se usassem pelo menos sabendo o que tem ali, já era de grande valia.

O problema é que a Bíblia tornou-se um livro de começo, meio e fins (sem fim), outros tantos fins, usada para a conveniência de uns, usada para a tentativa de justificar as escolhas de alguns indivíduos e usada principalmente para o julgamento, o juízo de valor. Mas, seguindo adiante: a ideia desse texto não é somente falar que o cristão não sabe da Bíblia ou que A ou B sabe um mais que o outro. O envolvimento de religião e política nunca foi uma mistura concisa.

"Foi Deus que me colocou aqui", esse é o argumento usado por religiosos que visam a barca do poder e precisam ludibriar alguns tantos leigos que se deixam levar por belas palavras. Quando chegam ao poder usam a religião para transgredir a dignidade e o respeito a vida humana, na tentativa de satisfazer seu grupo e seu ego. O maior meio de segregação e formação de discriminação e preconceito dentro da sociedade é colocar a religião em pé de igualdade com a política. Ambos devem ser discutidos em apartado e assim achar um consenso entre ambos para que não haja obscuridade e omissão entre um e outro.

Jesus perdoou a prostituta, o ladrão, tocou o leproso, o cego, o paralítico, expulsou demônios, falou para os pobres, defendeu a liberdade através do livre arbítrio, pregou para os famintos, para os que tinham sede, os que andavam nus, em suma, falou da forma mais sublime sobre tudo o que os Direitos Humanos hoje pregam. Foi precursor do assunto. Mostrou que inclusão social vai além da esquerda e da direita, ele democratizou o debate sobre as carências humanas à ponto de despertar a ira dos poderosos. Jesus foi o maior político talvez.

A certeza é que ele foi um grande líder comunitário. Sem perceber em cada parábola sua, falou de democracia, respeito e inclusão social. Jesus foi ainda mais que isso, doa ou não em muitos cristãos patriotas e denfensores da ética e da moral, ele foi um esquerdista à frente do seu tempo. Jesus na verdade foi o consenso falado mais acima do texto entre a política e a religião. Permitiu e permite que ambos os temas sejam discutidos sem que nenhum se imponha ao outro e não percam suas essências.

Aos cristãos que pedem a volta do Regime Militar, lembrem-se que Jesus foi perseguido por colocar o regime da época contra a parede. Enfim, que todos reflitam sobre aquilo que querem para si e para a comunidade. Que todos reflitam sobre seu papel na sociedade e que aprendam que acima da religião está o respeito ao diferente. A palavra para esse ano e para todos os outros que vierem é respeito!

João Paulo Nascimento é graduado em Direito, pela Asces Unita.