Lula e Macron anunciam programa de investimento de 1 bilhão de euros na bioeconomia da Amazônia do Brasil e Guiana
27/03/2024
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente da França, Emmanuel Macron, anunciaram na terça-feira (26) um programa que pretende investir 1 bilhão de euros na bioeconomia da Amazônia brasileira e da Guiana Francesa, território ultramarino da França na América do Sul.
Os dois presidentes se encontraram em Belém, cidade que vai receber a cúpula do clima COP-30 no ano que vem. Macron iniciou sua visita ao Brasil pela Amazônia.
Segundo uma declaração conjunta dos governos brasileiros e francês, o investimento será realizado nos próximos quatro anos e terá colaboração entre bancos públicos brasileiros e a Agência Francesa de Desenvolvimento. Além disso, há a previsão de investimento privado no projeto.
Os governos brasileiro e francês também declararam que defendem "os mais altos padrões para o estabelecimento de um mercado de carbono capaz de remunerar os países florestais que investem na restauração de sumidouros naturais".
Brasil e França disseram que a promessa do Artigo 6 do Acordo de Paris de estabelecimento de um mercado de carbono eficaz e regulado pelas Nações Unidas deve ser cumprida.
Lula e Macron pediram que os governos finalizem as negociações para o estabelecimento deste mercado o mais rapidamente possível. Segundo eles, a estruturação do comércio de crédito de carbono pode viabilizar o financiamento de projetos de alta integridade ambiental e social nos países que mais investem na proteção e restauração de suas florestas.
Os dois presidentes também afirmaram que promoverão juntos parcerias em todo o mundo para financiar a proteção das florestas tropicais e da biodiversidade e novos instrumentos para financiar essa proteção em todo o mundo.
De acordo com o documento dos dois países, França e Reino Unido propuseram que o Brasil indique um novo membro para o Painel Internacional de Créditos de Biodiversidade, elevando para dois o número de membros brasileiros nesta iniciativa, que visa definir um marco para acompanhar o desenvolvimento de instrumentos de mercado capazes de incentivar o financiamento da proteção e restauração da biodiversidade pelo setor privado.