PF diz que Plano de tentativa de golpe foi impresso no Planalto
20/11/2024
A Polícia Federal apurou que o plano golpista elaborado por militares para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi impresso no Palácio do Planalto, em novembro de 2022, e que o planejamento foi organizado pelo general da reserva Mário Fernandes, que ocupava o cargo de executivo da Secretaria Geral da Presidência da República durante o governo de Jair Bolsonaro. O documento golpista previa envenenamento, uso de explosivos e armamento pesado para "neutralizar" Lula, Alckmin e Moraes.
As informações constam no relatório de inteligência da Operação Contragolpe, deflagrada na terça-feira (19) para prender cinco militares que pretendiam impedir a posse do presidente Lula e do vice, Geraldo Alckmin, eleitos em outubro de 2022.
Durante a investigação, a PF também encontrou um arquivo de word intitulado "Punhal Verde e Amarelo", com planejamento voltado ao sequestro ou homicídio" do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
"Trata-se de um verdadeiro planejamento com características terroristas, no qual constam descritos todos os dados necessários para a execução de uma operação de alto risco. O plano dispõe de riqueza de detalhes, com indicações acerca do que seria necessário para a sua execução, e, até mesmo, descrevendo a possibilidade da ocorrência de diversas mortes, inclusive de eventuais militares envolvidos", concluiu a PF.
Impressão
De acordo com a instituição, o documento foi impresso pelo general da reserva Mario Fernandes no Palácio do Planalto e levado para o Palácio da Alvorada, residência oficial de Jair Bolsonaro.
O ex-presidente Jair Bolsonaro não se pronunciou sobre a operação da Polícia Federal. Pelas redes sociais, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) declarou que "pensar em matar alguém não é crime".
Foto: Marcelo Camargo