Cada cigarro encurta a vida do fumante em 20 minutos, aponta pesquisa internacional
15/01/2025
O tabagismo é reconhecido como uma doença crônica causada pela dependência à nicotina presente nos produtos à base de tabaco. Atualmente, 1,3 bilhão de pessoas fazem uso de produtos derivados do tabaco, e as consequências dessa prática são devastadoras. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o tabagismo mata mais de 8 milhões de pessoas por ano, sendo mais de 7 milhões fumantes ativos e 1,3 milhão são não fumantes expostos ao fumo passivo. Nas Américas, 1 milhão de mortes anuais estão diretamente relacionadas ao uso do tabaco.
Cada cigarro fumado reduz, em média, 20 minutos da expectativa de vida, revela um estudo da University College London. A pesquisa mostra que fumantes podem perder até 10 anos de vida em comparação com não fumantes. Além disso, o tabagismo está relacionado a diversos tipos de câncer, como o de pulmão, responsável por cerca de 90% das mortes por essa doença, além de outros como câncer de bexiga, pâncreas, fígado e esôfago. O tabaco é o único produto de consumo legal que pode matar até metade de seus usuários quando utilizado conforme as instruções do fabricante.
O pneumologista, Amaro Capistrano, esclarece os efeitos do cigarro no organismo e como eles influenciam no encurtamento da vida. Ele ressalta que os primeiros sinais começam a surgir após alguns meses de uso regular. “Os primeiros sinais do impacto do cigarro começam a surgir após cerca de dois ou três meses de uso regular, ou até mesmo em um ano. Se o uso for por apenas uma semana, é improvável que haja qualquer alteração perceptível na saúde. Contudo, após um ou dois meses, o cigarro começa a provocar inflamações nas vias aéreas, o que pode resultar no surgimento de sintomas como tosse ou pigarro, ainda de forma discreta. É importante ressaltar que isso se aplica aos cigarros convencionais”, afirma.
O especialista também destaca que, no caso dos cigarros eletrônicos, os efeitos tendem a surgir mais rapidamente. “A irritação das vias aéreas e sintomas como tosse e pigarro podem aparecer em um intervalo de tempo bem mais curto. Isso ocorre porque os dispositivos eletrônicos liberam substâncias que afetam diretamente a eficiência das vias brônquicas e respiratórias”, detalha. Além dos danos diretos aos fumantes, o tabagismo afeta milhões de pessoas indiretamente. O fumo passivo é responsável por 1,2 milhão de mortes anuais, muitas delas em crianças e indivíduos vulneráveis.
O pneumologista ainda esclarece que a estimativa de que cada cigarro encurta a vida em 20 minutos é uma média, que pode variar conforme o indivíduo e o tempo de uso. Ele enfatiza a importância de compreender os riscos desde o início. “Algumas pessoas perdem um pouco mais, outras um pouco menos de tempo. O que realmente não vale a pena é arriscar para saber exatamente quanto tempo cada cigarro fará você perder”, conclui o médico.