A CONSTRUÇÃO DA CIDADE - COMO SURGIRAM OS NOSSOS BAIRROS?
Por Hérlon Cavalcanti
Caruaru é uma cidade forte no coração do agreste pernambucano. Sua economia, seu povo, sua feira, sua cultura e sua história, são espelho para muitos. Todos os dias circulam por aqui, milhares de pessoas vindas de vários lugares, umas para fazerem suas compras, outras para trabalhar e sobreviver.
Mas, como surgiu a cidade? De que forma se deu o planejamento dos nossos bairros? Que história esses bairros têm? Quem são seus moradores? Qual a relação histórico-cultural que cada um deles possuem? São algumas das perguntas que precisamos fazer e obter as respostas.
A nossa cidade foi construída através de moradores da periferia, da cidade e da zona rural. Muitas dessas pessoas realizaram grandes festas reunindo familiares, amigos, vizinhos e colegas. Foram essas ações que impulsionaram a nossa querida cidade para a construção cultural dos grandes festejos, tais como: São João de rua, concursos de ruas ornamentadas, novenas, festas de padroeiras, festas tradicionais, surgimento de troças carnavalescas, bandas de pífanos, trios pé de serra, comidas gigantes, os grandes encontros de carnaval, festa de Natal, entre outras manifestações culturais que elevaram nossos bairros e contribuíram para o fortalecimento da Cidade.
Conversando com alguns historiadores, percebo o brilho nos olhos quando o assunto é a construção e o desenvolvimento da cidade. São tantas histórias que envolvem nossas comunidades, os antigos loteamentos que se transformaram em verdadeiras “metrópoles” (Salgado, Petrópolis, Santa Rosa, vassoural, Luiz Gonzaga entre outros bairros populosos da nossa querida cidade) esses, inclusive, são maiores em população do que várias cidades de Pernambuco.
É preciso levar esse discussão para as escolas, nossa história local precisa ser contada de forma clara, objetiva e transparente. Nossos livros didáticos por muitas vezes destacam histórias de países e estados (que são importantes para o nosso conhecimento) mas, é importante também conhecer a nossa história que foi construída por desbravadores do tempo e da memória de muitos.
A nossa área rural tem uma extensão maior que a área urbana. O homem do campo está sendo influenciado pela modernidade desenfreada. Óbvio, que a tecnologia chegou para todos e para ajudar, mas não podemos deixar de lado costumes, tradições e histórias.
Sou saudosista, sou bairrista, sei também que o tempo não volta mais, mas quero ver nossas crianças e os jovens antenados com o presente, mas sem esquecer de valorizar o passado e sua história.
