Antonio Barros e Cecéu, criadores de sucessos
Por José Urbano
Professor e Historiador
Nascido em março de 1930, este ano Antonio Barros atinge a grandeza de 90 anos de vida. E uma vida fabulosa, impulsionada desde a infância pelo gosto e valor musical. Iniciou a jornada artística como pandeirista, nos idos dos anos 50, na rádio clube de Pernambuco. Nessa época conheceu Jackson, seu conterrâneo, também iniciando no cenário musical. A biografia é grandiosa, deixo a sugestão para os leitores se aprofundarem no tema.
Em linhas gerais, sua vida é recheada de clássicos musicais, afinal estão catalogadas 708 músicas gravadas, em diversos gêneros. Como todo artista consciente do seu potencial e querendo sair das sombras do anonimato, Antonio rumou para o Rio de Janeiro e lá apresentou o seu trabalho a nomes da dimensão de Luiz Gonzaga, que dele gravou Estrela de Ouro e outros sucessos. Quando fui entrevista-los em sua residência em João Pessoa, me impressionou a energia fortíssima que emana dessa família. São de uma alegria, um senso artístico e poético, uma simpatia que parece que nos conhecem desde o século passado! Esses valores são imprescindíveis para a conexão dos artistas e o público.
No tocante aos clássicos, sucessos de todos os tempos, podemos relacionar: Procurando tu / Xehenhém / Bulir com tu / Não lhe solto mais / Homem com H / Por debaixo dos panos / O estopim / É proibido cochilar / Amor com café / Energia / Na cama, no chão e uma infinidade de sucessos. Os intérpretes? Uma constelação com nomes da grandeza de Luiz Gonzaga, Jackson do Pandeiro, Elba Ramalho, Ney Matogrosso, Alcione, Jorge de Altinho, Trio Nordestino, Marinês e os melhores artistas do forró brasileiro com o DNA genuinamente nordestino.
Em março do ano corrente dia 11 e pisciano , a classe artística estará celebrando os 90 anos do Antonio Barros. O aniversariante é quem nos presenteia, com tantas poesias transformadas em músicas, a sua participação na construção da identidade musical do Brasil e a certeza de que as sementes por eles plantadas na MPB não só germinaram, mas darão frutos durante toda a existência da verdadeira música que o povo entende, gosta e canta no Brasil e pelo mundo afora. Viva Antonio Barros e Cecéu, viva a música nordestina, viva a cultura brasileira.