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É frevo, é festa é folia - como tudo começou?

Por Herlon Cavalcanti

frevo 640x427Para todos nós pernambucanos, é um orgulho o nosso frevo ter sido escolhido pela Unesco, como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade. Desde 2007, ano do seu centenário, o frevo já era reconhecido com o título.

É certo que já estávamos esperando o referido reconhecimento por tudo que a força da cultura pernambucana, através das suas manifestações populares, transmite. O frevo é uma expressão rítmica, forte e envolvente no período carnavalesco. Segundo fontes oficiais do Iphan, “sua origem se deu enraizada no Recife e em Olinda, no Estado de Pernambuco. Trata-se de um gênero musical urbano que surgiu no final do século 19, no Carnaval, em um momento de transição e efervescência social como uma forma de expressão popular nessas cidades”.

O frevo tem três modalidades: frevo de rua, frevo de bloco e frevo-canção. As pessoas se identificam com os passos, as canções, os blocos de rua, a irreverência, as cores, os brilhos, a alegria, a criatividades e harmonia que envolvem a todos sem distinção de cor, raça, crença e classe social. Porém, é preciso recordar.

Para que esse título fosse concedido, foi preciso tomar algumas precauções. Quem não se lembra quando a Prefeitura de Olinda, na gestão de Luciana Santos, proibiu no período de Carnaval a execução de músicas de axé, eletrônica ou outros sons que não fossem o frevo? Isso, à época, gerou uma polêmica danada, principalmente entre os jovens.

Particularmente, vibrei com aquela atitude da prefeita. Hoje podemos colher os bons frutos culturais daquela decisão.

Acredito que, se não fosse tomada aquela atitude, talvez hoje nosso Carnaval tivesse outra cara. Provavelmente, nosso velho e bom frevo teria sido esquecido. São atitudes como essa que precisamos acordar.

As nossas festas populares e os nossos ritmos tais como forró, xaxado, xote, entre outros, precisam ser mais valorizados e preservados, pois estamos falando das nossas manifestações e tradições.

Que neste Carnaval, o frevo possa ser atração principal.

As orquestras de frevo são verdadeiros patrimônios artísticos, tocando pérolas da música brasileira. O que seria do frevo sem os maestros e seus músicos? O que seria do frevo sem os passos dos capoeiristas? Sem Nelson Ferreira? Capiba? Claudionor Germano? Bloco da Saudade? E tantos outros.

Que venha o nosso carnaval e que possamos brincar em paz respeitando sempre as diversidades de ritmos.