Dia Mundial do HTLV é realizado hoje pela primeira vez; conheça o vírus "primo" do HIV
Vírus linfotrópico da célula T humana. O nome complexo é simplificado com uma sigla: HTLV, um vírus da família do HIV que pode desencadear paralisia nas pernas e leucemia em até 5% dos pacientes infectados. A gravidade das doenças que pode causar, porém, é inversamente proporcional ao investimento em pesquisas para o tratamento do vírus. Descoberto em 1980, ainda pouco se sabe sobre ele. Tampouco há cura.
Diante da falta de perspectiva dos pacientes, pesquisadores e estudiosos do vírus tentam chamar a atenção para o problema criando o Dia Mundial do HTLV, celebrado pela primeira vez neste sábado (10).
O HTLV é da família dos retrovírus, o que significa que ele estabelece um vínculo com nossas células. Em outras palavras: além de se hospedar no nosso organismo, ele se acopla às fitas do nosso DNA, dificultando o combate. O vírus tem duas versões, o HTLV I e o HTLV II, sendo o primeiro o responsável pelas doenças.
A transmissão se dá pelas mesmas vias do vírus da Aids, sendo a principal delas a relação sexual desprotegida. O HTLV também pode ser difundido pelo compartilhamento de seringas e pela transmissão vertical, quando a mãe passa o vírus para o filho durante a gestação. Os riscos de contágio aumentam com o aleitamento materno.
A história do vírus tem paralelos com a descoberta da Aids pelos cientistas na década de 1980. O HTLV, no entanto, foi revelado um pouco antes do seu 'primo', o HIV. Observou-se pela primeira vez no Japão em 1977 e, três anos depois, havia sido isolado pelos estudiosos. O vírus da Aids até foi chamado de HTLV III antes de ser pesquisado a fundo. Mas os medicamentos utilizados no tratamento contra o HIV não fazem efeito contra o HTLV. Em suma, não há cura, e todos os tratamentos utilizados nos pacientes são paliativos. Os riscos para quem porta o vírus, no entanto, são baixos, já que 95% dos portadores não têm sintomas ou doenças associadas.
(do UOL Notícias)