Como curar o que não é doença?
A Justiça Federal do Distrito Federal possibilitou um grave retrocesso, ao permitir, em caráter liminar, que psicólogos tratem a homossexualidade como doença, ou seja, possam fazer terapia de “reversão sexual”, o que ficou conhecido como “cura gay”. O Conselho Federal de Psicologia, proíbe essa prática desde 1999 e vai recorrer da decisão.
Ficamos chocados quando lemos a notícia de que para o Estado Islâmico ser gay é um crime passível de ser punido com morte violenta: homossexuais são lançados do alto de prédios – e se sobrevivem, são apedrejados sob aplausos da multidão que acompanha o evento.
Entretanto, no ano passado uma igreja evangélica em Porto de Sauípe, Bahia, tinha uma mensagem exposta na fachada que dizia:”Se um homem tiver relacionamento com outro homem, os dois deverão ser mortos por causa desse ato nojento; eles serão responsáveis pela sua própria morte”.
No Brasil, os índices de violência e morte por preconceito contra a população LGBT são altíssimos. A Resolução do CRF contribui com a luta contra a homofobia. A Associação Médica Americana retirou a homossexualidade da categoria de doença, em 1973, e a Organização Mundial de Saúde (OMS), em 1990.
O Presidente do CFP, Rogério Giannini, diz que os defensores da cura gay confundem discurso religioso e científico e incentivam as pessoas a recorrerem a “terapias” sem eficácia comprovada. Uma pesquisa da Associação Americana de Psicologia mostrou que pessoas que se sujeitam a supostos tratamento de mudança de orientação sexual registraram sintomas como depressão, confusão mental, ansiedade e pensamentos suicidas.
Será que já não passou da hora de todos perceberem que a homossexualidade é uma expressão normal da sexualidade, apenas diferente da maioria?
Fonte: https://reginanavarro.blogosfera.uol.com.br