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Julho Amarelo: hepatite B e C podem causar câncer de fígado

15 de julho de 2022

 (Cerca de 354 milhões de pessoas em todo o mundo vivem com o vírus; Oncologista tira as principais dúvidas sobre a relação entre a neoplasia e a doença. Foto: Divulgação.)

O mês de julho, que leva a cor amarela, traz a importância de um olhar cuidadoso para as hepatites, principalmente B e C, que podem resultar em câncer de fígado. Segundo dados do American Cancer Society, a incidência da neoplasia triplicou desde 1980, dobrando também as taxas de mortalidade pela doença.

Anualmente, cerca de 800 mil pessoas são diagnosticadas com câncer de fígado no mundo. No Brasil, segundo o Atlas de Mortalidade por Câncer de 2019, a neoplasia causou 10.902 óbitos, sendo 6.317 em homens e 4.584 em mulheres.

Dentre os fatores de risco para o desenvolvimento da doença, mundialmente as hepatites virais causadas pelos vírus B ou C são a causa mais comum. Vale lembrar ainda que esse tipo de infecção também pode levar à cirrose hepática, que ocorre quando o tecido hepático normal é substituído pelo cicatricial não funcional, danificando o órgão.

“A hepatite viral causada pelos vírus B e C pode ser transmitida entre pessoas através de relações sexuais sem preservativo, transfusões de sangue, compartilhamento de agulhas contaminadas ou de objetos de higiene pessoal (como lâminas de barbear, depilar, alicates de unha, entre outros) ou durante o parto. Como forma de prevenção, a vacina contra hepatite B é oferecida gratuitamente pelo SUS. Além disso, apesar de não existir uma vacina para a infecção pelo vírus C, os novos tratamentos, também oferecidos de forma gratuita na rede pública, possuem chance de cura em cerca de 90% dos casos", explica o Dr. Artur Rodrigues Ferreira, oncologista do Grupo Oncoclínicas. Segundo a Organização Mundial da Saúde, é estimado que 354 milhões de pessoas tenham hepatite B ou C².

Além da hepatite B e C, outros fatores que podem desencadear o câncer de fígado são:
Cirrose (inflamação crônica no fígado);
Algumas doenças hepáticas hereditárias, como hemocromatose (acúmulo de ferro no organismo) e doença de Wilson (acúmulo de cobre no organismo);
Diabetes;
Doença hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA), que causa acúmulo de gordura no fígado;
Exposição a aflatoxinas (venenos produzidos por fungos que crescem em determinados alimentos quando não são armazenados corretamente e ficam expostos à umidade, como alguns tipos de grãos e castanhas);
Consumo excessivo de bebidas alcoólicas.

Diário de PE.