MP denuncia bolsonarista por homicídio qualificado e aponta motivação política
21 de julho de 2022
O Ministério Público do Paraná (MP-PR) denunciou por homicídio duplamente qualificado por motivo fútil e perigo comum o policial penal Jorge Guaranho, que matou a tiros o tesoureiro do PT em Foz do Iguaçu (PR), Marcelo Arruda.
O órgão aponta que o acusado agiu por motivo fútil em razão de “preferências político-partidárias antagônicas” e que Guaranho colocou em risco a vida de mais pessoas ao efetuar os disparos no salão de festas. O petista foi morto enquanto comemorava o seu aniversário de 50 anos com uma festa temática do PT.
O atirador invadiu a festa gritando “aqui é Bolsonaro” e “mito” e disparando. Arruda que também foi atingido por disparos, recebeu alta da UTI que estava internado e, segundo o boletim médico, está estável e consciente.
O Ministério Público contraria a versão oferecida pela delegada da Polícia Civil, Camila Cecconello, apresentada no inquérito policial, de que a morte do tesoureiro do PT não foi provocada por motivo político. Segundo ela, os disparos teriam sido feitos em um segundo momento, após a escalada da discussão.
A denúncia foi apresentada pelos promotores de Justiça Tiago Lisboa e Luís Marcelo Mafra Bernardes da Silva. Como o acusado está preso, o prazo legal para o oferecimento da denúncia, de cinco dias, se encerrava nesta quarta.
Lisboa afirmou aguardar laudos serem anexados ao processo, mas que o MP avaliou que o material não é imprescindível ao oferecimento da denúncia. Trata-se de laudos periciais de confronto balístico, do aparelho que gravou as imagens das câmeras de segurança do local do crime, do conteúdo do celular de Guaranho, do carro do policial e, ainda, do próprio local do crime. Caso necessário, os promotores podem fazer uma complementação à denúncia.