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Estudo mostra que metade dos brasileiros não falam de política com a família

26 de agosto de 2022

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O período eleitoral é um momento que sempre gera grandes debates sobre política e movimenta aplicativos de mensagens e as redes sociais. Em 2018, por exemplo, muito se falou em brigas em grupos de família em razão de posicionamentos políticos. Um novo estudo busca entender as opiniões e as atitudes dos usuários em aplicativos de mensagens, como WhatsApp e Telegram.

 A pesquisa foi realizada pelo InternetLab em parceria com a Rede Conhecimento Social e tinha também como objetivo entender como os aplicativos de mensagens moldam a disseminação de conteúdo político e eleitoral e como definem o recebimento de informações por parte dos usuários nesses canais.

Entre os dias 16 e 28 de dezembro de 2021, foram ouvidos 2.018 brasileiroscom 16 anos ou mais que têm acesso à internet e que usam WhatsApp e/ou Telegram. A margem de erro do levantamento é de três pontos percentuais sobre o total da amostra, e o intervalo de confiança é de 95%.

Em dados qualitativos e quantitativos, os dados apontam para uma "nova ética" de convivência em grupos de mensagem. 58% das pessoas afirmaram que estão se policiando mais sobre o que falam em grupos. Em 2020, o número de pessoas equivalia a 40%.

Dos entrevistados, 44% acreditam que grupos com muitas pessoas que não se conhecem são mais propensos a ter boatos e fake news do que em grupos menores. Além disso, na mesma tendência de 2020, as pessoas preferem interagir mais nos grupos com menos usuários do que nos maiores.

42% das pessoas afirmaram, ainda, já ter repassado notícias que consideraram importantes e interessantes mesmo sem checar as fontes. Em 2020, esse número era de 30%.

Outro dado observado mostra que 64% dos entrevistados evitam compartilhar mensagens que possam atacar valores de outras pessoas e 50% dizem evitar falar de política no grupo da família para fugir de brigas. Em 2020, nestes quesitos, as pessoas representavam 57% e 40%, respectivamente.

37% dos entrevistados afirmam também que, mesmo que acreditem em uma ideia e conteúdo, não o compartilham se achar que é ofensivo. Outro dado aponta ainda que 30% das pessoas consideram que, em alguma medida, mandar mensagens de humor é um jeito de falar sobre política sem causar brigas.

Dois em cada três respondentes afirmaram na data das entrevistas, que já estavam recebendo diferentes tipos de mensagens sobre a eleição presidencial de 2022. Entretanto, o número não se reflete no compartilhamento desses conteúdos porque 56% afirmaram que não repassavam conteúdos eleitorais.

O levantamento indica ainda que apenas 14% dos usuários do Whatsapp e 19% do Telegram confirmaram fazer parte de grupos de discussão política.