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Estudo avalia bem-estar das mulheres no mundo: Brasil tem destaque negativo

22 de agosto de 2022

pexels engin akyurt 3356489

A pesquisa Hologic Global Women's Health Index, feita pela empresa americana voltada para saúde feminina Hologic em parceria com a Gallup, avaliou 127 mil mulheres e homens em 122 países. O estudo mostrou que a saúde das mulheres piorou em todo planeta entre 2020 e 2021.

Se a situação global é ruim, com a pontuação máxima de apenas 70 pontos (de 0 a 100) obtida por Taiwan, seguida por Letônia, Áustria e Dinamarca, ela é especialmente preocupante no Brasil, segundo a pesquisa. Estamos na 104º colocação, com apenas 44 pontos, e atrás de países como Uganda, Bolívia e Paquistão. Os três últimos são Venezuela (120º lugar, com 39 pontos), República do Congo (121º, 38) e, como pior lugar para a saúde da mulher, Afeganistão, com apenas 22 pontos.

Os participantes responderam questões sobre cinco áreas: cuidado preventivo (como medição da pressão, do diabetes, testes para câncer e infecções sexualmente transmissíveis), saúde emocional (sentiu preocupação, estresse, triteza ou raiva nos últimos dias?), saúde e segurança (acesso aos serviços de saúde ou a segurança para andar à noite sozinha), necessidades básicas (falta de dinheiro para alimentação ou moradia), e saúde individual (tem problemas de saúde ou sente dor).

O estudo identificou que o bem-estar das mulheres piorou de forma mundial nesse segundo ano da pandemia. O estresse, a preocupação e a raiva aumentaram três pontos percentuais cada um no período de um ano (de 2020 para 2021), enquanto a tristeza aumentou notavelmente seis pontos. Mais de quatro em cada 10 mulheres em 2021 disseram que sentiram preocupação (43%) e estresse (41%) durante grande parte do dia anterior à pesquisa, quase uma em cada três experimentou tristeza (32%) e mais de uma em cada quatro experimentou raiva (26%) — todos em níveis recordes.

As mulheres também disseram mais que os homens que houve momentos no ano passado em que não tinham dinheiro suficiente para comprar alimento (37% das mulheres contra 33% dos homens). Essa diferença foi maior em 2021 do que em 2020 – porque houve piora para elas, enquanto eles se mantiveram estáveis.

A percepção de violência delas também piorou de 2020 para 2021. Mais de uma em cada três não se sente segura andando sozinha em seu bairro, o que significa que quase 1 bilhão de mulheres no mundo se sentem inseguras.

Em 2021, 60% das mulheres disseram não ter feito nenhum exame para os quatro problemas de saúde apresentados (pressão arterial, câncer, diabetes e ISTs). No caso de câncer, por exemplo, apenas 12% fizeram algum exame, ou seja, mais de 2 bilhões de mulheres do mundo não sabem se estão com a doença ou não.

Para os pesquisadores, o estudo soa um alarme: “Apesar da esperança de que a pandemia de Covid-19 teria chegado ao fim em 2021, assim como as interrupções nos serviços essenciais de saúde terminariam e a situação da saúde das mulheres começaria a melhorar, os resultados do Índice 2021 sugerem que a situação pode ser ainda mais urgente agora do que era durante o primeiro ano da pandemia”.

Globalmente, a pesquisa mostra que a saúde da maioria das mulheres não melhorou em 2021 e das que já estavam vulneráveis, piorou. A diferença de pontuação no índice geral entre mulheres que vivem em países de alta e baixa renda quase duplicou em um ano, enquanto o fosso entre as mulheres nas áreas urbanas e rurais ficou duas vezes maior.

“Em todo o mundo, as mulheres também perderam terreno em quatro das cinco dimensões de sua saúde enquanto lutavam mais pelo básico, se sentiram menos seguras, suas emoções mais sofridas e experimentaram mais dor do que no ano anterior. Os cuidados preventivos são o pilar mais fraco de todos.”

Folha PE