14/05/2024
As tempestades que deixaram um rastro de destruição no Rio Grande do Sul nas últimas semanas são parte de extremos climáticos que podem atingir o Brasil ainda em 2024, de acordo o meteorologista e pesquisador Humberto Barbosa.
"Eu diria que este ano, em função das massas de ar provocadas naturalmente e por ação do homem, o país está com muitos potenciais de extremos climáticos", alerta Barbosa, fundador e coordenador do Lapis (Laboratório de Processamento de Imagens de Satélite da Universidade Federal de Alagoas).
Enquanto a população gaúcha padece com o colapso causado pelas inundações no estado, outras regiões do país podem sofrer com os efeitos de altas temperaturas e chuvas intensas até o fim do ano, segundo o pesquisador.
"Esses eventos extremos estão conectados pelo excesso ou pela deficiência de umidade, e os dois são provocados não só pela natureza como pela mão do homem. Embora sejam opostos aos efeitos que causam, têm a mesma origem, que são as altas temperaturas, que provocam chuvas em excesso em uma parte do país e altas temperaturas e tempo seco na outra", afirma Humberto Barbosa, coordenador do Lapis.
No Sudeste e uma parte do Centro-Oeste, que inclui o Pantanal, Barbosa pontua que algumas cidades já enfrentam desde abril um evento extremo chamado "seca-relâmpago".
Caracterizadas pela ausência de chuvas e associadas às altas temperaturas, essas secas repentinas podem ter impactos dramáticos sobre a população e vegetação das regiões em um futuro próximo, ainda que, por enquanto, seus efeitos sejam menos notados, avalia o meteorologista.
O Nordeste brasileiro também pode receber extremos climáticos em 2024, alertou Barbosa, sem precisar quais estados serão atingidos. "Ondas invisíveis de alta e baixa pressão que vêm da África podem chegar ao litoral do país com intensidade a partir de agora e provocar muitas chuvas na região nordestina".
Ainda há incertezas sobre extremos climáticos no Norte do país, mas alguns estados da região estão sob alerta de chuvas intensas previstas para maio, segundo a Climatempo.
Os volumes acumulados nos próximos dias podem ultrapassar os 200 mm na região, onde há chance de chuva forte sobre o norte do Amazonas, todo o estado de Roraima, o norte do Pará e o Amapá, conforme um comunicado divulgado pelo portal na última quinta-feira (9).
"Inclusive, a situação é de perigo, em função do volume de chuva muito elevado, no norte do Amapá. Boa Vista, Macapá e Belém devem ficar sob risco de temporais com rajadas de vento de até 80km/h", informa a Climatempo.
Fonte: UOL