A força das Bandas de Pífanos de Caruaru
A Cultura Popular é a mola mestre da cultura Brasileira. Com muitas raízes vindas dos povos indígenas e africanos, na mistura dos nossos colonizadores, o lúdico se misturou com o popular, trazendo a riqueza e o brilho encantador da nossa cultura.
No espaço rural, os trios pés de serra, os grupos de bacamarteiros, os poetas repentistas, emboladores de coco, os aboiadores, os cordelistas e as nossas Bandas de Pífanos trazem essa luz.
Grandes movimentos culturais foram criados pelos homens do campo, que comemoravam as chuvas e as grandes safras de lavouras. Segundo o pesquisador Luiz da Câmara Cascudo em seu livro, Vaqueiros e Cantadores, as nossas Bandas de Pífanos surgiram dos primeiros cristãos que usavam uma maneira de saudar a Virgem Maria nas festas natalinas.
Foram assim que surgiram grades manifestações culturais: gente simples com uma capacidade inovadora de criar a raiz da identidade cultural brasileira.
As nossas Bandas de Pífanos (que também podem ser chamadas de pife ou pífaro) são retratos fiéis desse nascedouro. A força rítmica das Bandas de Pífanos é algo encantador, mágico, maravilhoso, supremo e divino.
Em todo Brasil as Bandas de Pífanos também são chamadas de Banda de Couro, Música de Pife, Zabumba, Cabaçal, Esquenta-Mulher, Banda de Negro, Terno, Musga do Mato, Pipiruí, que difere com variações de instrumentos tais como; bombo, caixa tarol, viola, sanfona de pé de bode, pife de taquara, Pifé de PVC, Pife de ferro com régua inteira 50cm, o três quartos e do de 40cm, régua pequena.
Em Pernambuco, as nossas Bandas de Pífanos são compostas por dois pífanos, uma caixa, um bombo, um surdo e um tambor.
Em Caruaru, chegamos a possuir mais de 40 Bandas de Pífanos. Hoje, estamos no processo de renovação com a chegada da Casa do Pife, espaço das bandas em grandes festivais. Recentemente, a Banda de Pífanos Zé do Estado, capitaneada por Anderson do Pife, se apresentou no Rock in Rio, feito inédito em nossa história.
Além disso, a Banda de Pífanos dos Irmãos Bianos reside em São Paulo desde 1972, levando o nome de Caruaru para o mundo todo. Em 2004, eles receberam o prêmio de Melhor álbum de Música Regional ou raízes Brasileiras na 5ª edição do Grammy Latino.
O Mestre Sebastião Biano com 98 anos de vida é lenda viva dessa história, sendo referenciado por muitos e mantendo em sua memória as marcas do tempo.
É preciso levar a história das Bandas de Pífanos para as nossas salas de aula, é hora de agir, mostrar a importância da nossa cultura popular, é preciso valorizar nossos Mestres e seus componentes.
Viva o toque dos Pífanos, viva as Bandas de Pífanos do Brasil.