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16 anos sem Lídio Cavalcanti

lídio cavalcantiFalar de saudade é tarefa muito difícil. Saudade não se explica, saudade carregamos no coração como sangue que bombeia o corpo diariamente para alimentar e renovar a vida. Caruaru é uma terra abençoada. Seus filhos são filhos do mundo e os que vêm de fora se encantam com sua beleza e vão ficando por aqui. É o caso do folclorista, compositor, radialista, ator, pesquisador da cultura popular e poeta Lídio Bezerra Cavalcanti.

Naquela manhã cinzenta de 6 de fevereiro de 2002, os anjos da poesia chamaram meu pai, Lídio Cavalcanti, para apresentar um recital no céu. Por lá estavam Pinto de Monteiro, Zé da Luz, Catulo, Lícius Neves, castro Alves entre tantos outros. Pra nós pobres mortais foi o dia mais difícil de conviver.A morte é bicho traiçoeiro, são espinhos de mandacaru furando devagarzinho a alma da gente. Para os céus aquele dia foi de festa, alegria, nostalgia, encontros e muita poesia...

Mas, de fato, quem foi Lídio Cavalcanti? Lídio Bezerra Cavalcanti nasceu em 4 de agosto de 1928 em Garanhuns, ele chegou a Caruaru em 1950 para passar dois meses que se transformaram em 50 anos.
Essa vinda foi como funcionário das Casas José Araújo. De microfone nas mãos, dava nomes aos panos e atraía os fregueses que por ali passavam. Sua fama ganhou as ruas e Lídio foi convidado para atuar no radio da cidade. Foi funcionário da Rádio Cultura do Nordeste, chegando a fazer “A Novela no Radio”. Depois foi convidado para fazer parte em 1965, da Rádio Liberdade, apresentando o programa BRASIL CABOCLO, um show de cultura popular. Lídio tem o mérito de ter criado, em 1967, o programa de maior expressão cultural do rádio caruaruense de todos os tempos - AGRESTE EM FESTA, a maior festa do Agreste. Trabalhou também na Rádio Difusora de Caruaru.

Foi Lídio, que organizou a primeira caravana multicultural, que saía no período junino percorrendo vilas e lugarejos e realizando os concursos de ruas. Idealizou, também, o Festival de Fogueteiros e Baloeiros, a Novena de Maria Rezadeira e a Festa do Umbú, no Morro do Bom Jesus. Depois de muitos anos de trabalho, em 1974, recebeu o título de Cidadão Caruaruense. Em 1986, Lídio Cavalcanti encerrou sua vida de radialista, deixando milhares de fãs órfãos de um apresentador de sensibilidade humana e cultural.

Em 1998, na gestão do prefeito João Lyra Neto, recebeu seu maior prêmio: a homenagem no São João de Caruaru, fazendo questão de estar todas as noites, no Parque de Eventos Luiz Lua Gonzaga. Em 1999 criou, com seu amigo e compadre, o cordelista Olegário Fernandes, o Museu do Cordel, espaço na Feira de Caruru, que até hoje é ponto de encontro dos poetas de várias gerações. Lídio Cavalcanti, amava Caruaru. Ele deixou escritos dez livros para serem editados, todos falando sobre a cidade, seu amor maior. 

A saudade do meu poeta, amigo, irmão e pai Lídio Cavalcanti é eterna. A cada ano que se passa sua ausência é mais sentida. Que possamos enxergar um futuro melhor e que a arte seja espelho pra muitos como foi pra ele.