Depressão em idosos: quais os sinais?
Ficar solitário é realmente um gatilho para a depressão. Por isso, é importante construir uma rede de relacionamentos reais. Além disso, o contato humano estimula o cérebro e o autocuidado, como realizar atividade física, dar mais atenção à alimentação, e também garante amparo em momentos de necessidade.
Os sinais são diferentes nos idosos. Eles podem não relatar tristeza, desânimo, mas podem apresentar ansiedade, queixas físicas, pessimismo. É preciso atenção! A depressão também pode piorar o controle da diabetes, hipertensão.
Tratar a depressão do idoso também é diferente. Ele exige mais cuidados do que um adolescente ou um adulto. É preciso saber com detalhes como estão órgãos como fígado, rim. Isso porque eles podem ser afetados pelos antidepressivos. “Tem que tomar cuidado com a dose, porque o metabolismo do idoso é mais lento e essas drogas são metabolizadas no fígado. Se a gente der uma dose excessiva, esse remédio vai ficar muito tempo circulando, o que não é bom”, explica o psiquiatra Carlos Galduróz.
As condições do cérebro também influenciam o tratamento. “O cérebro do idoso está numa fase degenerativa. O número de neurônios vai diminuindo com o passar dos anos. Interfere até no prognóstico e talvez a pessoa com bastante idade não consiga ficar sem o remédio, por falta de neurônios”, completa Galduróz.
A revista britânica de saúde Nature definiu a cetamina como a maior descoberta dos últimos 50 anos na área da psiquiatria. Ela é usada tradicionalmente como anestésico, mas uma série de estudos pelo mundo já comprovou que, em doses menores, a cetamina também combate a depressão.
“Ela realmente revolucionou o tratamento. Não só por funcionar muito bem em casos refratários da depressão, mas pelo fato dela ter um efeito que a gente chama ultrarrápido”, explica o psiquiatra Acioly Lacerta. A cetamina tira a pessoa do estado deprimido em uma ou duas horas.
Ela age nos receptores dos neurônios e faz com que eles se expandam e assim formem novas conexões. Melhora a transmissão cerebral, a formação de novos neurônios e restaura circuitos cerebrais que estão funcionando de forma precária na depressão ou que estão até atrofiados.
Para depressão, a cetamina é um tratamento off label, ou seja, é utilizada para uma finalidade diferente daquela que está indicada na bula. O produto é aplicado na veia, mas pesquisadores brasileiros já testaram a aplicação subcutânea no abdômen.
Os pesquisadores esperam que a cetamina subcutânea seja aprovada pela Anvisa até o ano que vem. Mas fica o alerta: tomar cetamina não significa largar os remédios.
(Bem Estar)