Em 1ª entrevista após caso envolvendo Moro, Lula afirma que o ex-juiz é mentiroso
Em entrevista gravada na última quarta (12) e exibida nesta quinta-feira (13) pela emissora sindical TVT, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a criticar a condução de seu caso pelo então juiz Sergio Moro, hoje ministro da Justiça e Segurança Pública. "Ele (Moro) estava condenado a me condenar porque a mentira havia ido muito longe", disse.
Para Lula, tanto Moro quanto o procurador Deltan Dallagnol são "mentirosos" e disse que o procurador "deveria ter sido preso". O ex-presidente expressou também estar sereno. "A máscara vai cair. O que vai acontecer, eu não sei", e completou: "Eu estou mais tranquilo hoje, por que a minha tranquilidade é daquele que sabe que é honesto. Que sabe que Deus sabe que eu sou honesto. O Moro sabe que eu sou honesto."
Lula afirmou ainda, na entrevista, que o País "pariu essa coisa chamada Bolsonaro". Segundo ele, isso foi resultado de uma série de fatos políticos que começaram com o movimento "Volta, Lula", passando pelo impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff e a chegada do então vice-presidente Michel Temer à Presidência. O ex-presidente afirmou que, quando começou o movimento "Volta, Lula", foi "obrigado" a fazer um discurso num evento no Anhembi, em São Paulo, falando que não era candidato, mas sim Dilma, "por direito". Lula disse que, a partir do "Volta, Lula" e do anúncio de que não seria candidato começou a haver um afastamento dos empresários. Ele admitiu que poderia ter discutido a volta ao governo porque "tinha tanta vontade de fazer o que não tinha feito", mas que a candidatura à reeleição era de Dilma, "por direito". Lula disse, então, que na segunda campanha de Dilma, o deputado Aécio Neves (PSDB-MG), então candidato a presidente, "fez a bobagem que fez" de não reconhecer a vitória do PT e pedir recontagem de votos ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Depois, afirmou, teve o impeachment, a chegada de Temer ao poder e a eleição de Bolsonaro.
(Estadão Conteúdo)