PF antecipou a Flávio Bolsonaro que Queiroz seria alvo de operação, diz suplente do senador
Postado por Magno Martins
Durante a campanha eleitoral de 2018, o então candidato a senador pelo Rio Flávio Bolsonaro soube com antecedência que seu assessor Fabrício Queiroz seria alvo de uma investigação da Polícia Federal. E não parou por aí: a PF teria segurado a deflagração da Operação Furna da Onça, que atingiria a Assembleia Legislativa do Rio. À época, Flávio era deputado no estado fluminense.
"Eu sugiro que vocês tomem providências. Eu sou eleitor, adepto, simpatizante da campanha [de Jair Bolsonaro], e nós vamos segurar essa operação para não detoná-la agora, durante o segundo turno, porque isso pode atrapalhar o resultado da eleição [presidencial]", disse o delegado que alertou sobre a investigação.
A forte revelação veio do empresário Paulo Marinho, suplente de Flávio no Senado e ex-aliado dos Bolsonaro, que concedeu entrevista à jornalista Mônica Bérgamo, na Folha de São Paulo.
"As revelações que Marinho diz ter ouvido do filho do presidente nesse encontro são bombásticas: segundo ele, Flávio disse que soube com antecedência que a Operação Furna da Onça, que atingiu Queiroz, seria deflagrada. Foi avisado da existência dela entre o primeiro e o segundo turnos das eleições, por um delegado da Polícia Federal que era simpatizante da candidatura de Jair Bolsonaro", traz a coluna.
Naquela época, Flávio decidiu demitir Queiroz para despistar e teria procurado Marinho ávido por arranjar um advogado criminal, ciente da tormenta que viria.
Fabrício Queiroz era funcionário de Flávio no seu gabinete de deputado estadual na Assembleia Legislativa do Rio. As acusações de "rachadinhas" e de desvio de dinheiro público pairam sobre o filho 01 de Bolsonaro. "O senador recém-eleito temia as consequências para o futuro governo do pai — e precisava se defender", relata Bérgamo.