Após operação contra aliados, Bolsonaro diz que tomará medidas legais para proteger a Constituição
O presidente Jair Bolsonaro afirmou, nesta terça-feira (16), em redes sociais, que não pode "assistir calado enquanto direitos são violados e ideias são perseguidas" . Ele afirmou ter presenciado abusos nas últimas semanas. Segundo o presidente, o histórico do governo prova que sempre esteve "ao lado da democracia e da Constituição brasileira".
De acordo com ele, até o momento nenhuma medida demostra qualquer apreço a autoritarismo. Nesta terça, o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), autorizou a Polícia Federal a realizar operação contra aliados do presidente. Moraes é o relator do inquérito das fake news, que investiga ataques contra a corte.
Foram expedidos 21 mandados de busca e apreensão. A medida tem o objetivo de instruir o inquérito que investiga a origem de recursos e a estrutura de financiamento de grupos suspeitos da prática de atos antidemocráticos.
Entre os alvos estavam um advogado e um marqueteiro ligados à Aliança pelo Brasil, partido que Bolsonaro tenta criar desde sua saída do PSL, no final do ano passado. Além disso, à tarde, a pedido da PGR (Procuradoria-Geral da República), Moraes determinou a quebra de sigilo de dez deputados e um senador —todos aliados do presidente.
"Do mesmo modo, os abusos presenciados por todos nas últimas semanas foram recebidos pelo governo com a mesma cautela de sempre, cobrando, com o simples poder da palavra, o respeito e a harmonia entre os Poderes. Essa tem sido nossa postura, mesmo diante de ataques concretos" , escreveu o presidente.
Após o avanço das investigações, Bolsonaro afirmou que tomará medidas legais. "Luto para fazer a minha parte, mas não posso assistir calado enquanto direitos são violados e ideias são perseguidas. Por isso, tomarei todas as medidas legais possíveis para proteger a Constituição e a liberdade dos brasileiros."
(via Folha de S. Paulo)