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O triste fim de Zé Queiroz e Tony Gel | por Magno Martins

ze e gelTriste e melancólico fim o da oposição em Caruaru. José Queiroz (PDT), principal líder do outro lado do balcão da prefeita Raquel Lyra (PSDB), com mais intensidade do que Tony Gel (MDB), que lidera outro grupo combativo à tucana, foi protagonista da cena mais deprimente dos últimos anos da história da terra de Vitalino.

Pela manhã, numa videoconferência via canal online da Assembleia Legislativa, anunciou a chapa Toninho, filho de Gel, na cabeça, com a jornalista Carol Miranda na vice, esta indicada pelo PSB e apadrinhada por Queiroz.

Uma chapa que soou muito mal aos ouvidos do exigente e atento eleitorado de Caruaru e que se desmanchou, no final da tarde do mesmo dia, num sopro assustador e comovente de Tony Gel, ao revelar que estava retirando a candidatura do filho por estar com a sentença de um câncer que iria à batalha para vencer. Nada mais comovente e compreensível. A vida está acima de tudo, inclusive do mundo diabólico da política.

Mas se Queiroz, que passou os quatro anos de oposição a uma prefeita que ajudou a levantar o canudo, já havia se rendido à realidade de uma eleição em meio a uma pandemia, por que então, lá atrás, já vendo que não seria candidato, não preparou um nome de envergadura?

A resposta é muito fácil de se dar: simplesmente, a repelente face pavão de Queiroz não dá espaço a isso. É um pavão misterioso igual a Cintra Galvão, que ganhou essa alcunha por fazer o mundo de Belo Jardim, sua principal base eleitoral, girar em torno dele.  Queiroz ficou no mato sem cachorro. Ainda acha que Caruaru gira em torno dele. Não arranjou nem um vira lata para salvar a caça do dia.

Triste e melancólico fim, volto a afirmar, por tudo que conheço e acompanho da rica e referencial história da política de Caruaru. A Caruaru de figuras simbólicas que deixaram marcas e saudade, como João Lyra, pai de João Lyra Neto e de Fernando Lyra, condutor do processo de redemocratização com Tancredo Neves. Caruaru de um Drayton Nejaim, que por mais folclórico que tenha sido, deixou uma marca, a da sabedoria e do discernimento na arte de fazer o jogo maquiavélico da política e do poder.

A Caruaru de grandes embates eleitorais sai de cena em 2020. Será a Caruaru que dará régua e compasso sem disputa para Raquel Lyra emplacar a reeleição em céu de brigadeiro e preparar seu projeto majoritário estadual para 2022.

Nunca imaginei que uma saia fosse capaz de transformar em pó, feito Midas, duas das maiores forças políticas de Caruaru – os grupos de Zé Queiroz e Tony Gel. O pior: deu um nó na garganta ao ver, ontem, no fechar das cortinas para o filme das convenções, o anúncio da chapa representante desses dois grupos gigantes com o vereador Marcelo Gomes para prefeito e uma tal de Ailza Trajano, que mais tarde soube ser ativista comunista, candidata a vice.

Merece um tratado político e sociológico.

Postado por Magno Martins