Bolsonaro terá que escolher entre a vida e o poder
04 de janeiro de 2022
Por Magno Martins - Independente de nova cirurgia, a reinternação do presidente Bolsonaro, ontem, por fortes dores abdominais, permite uma conclusão do óbvio ululante: pelo resto da vida, principalmente em função da dura rotina estressada que leva, incluindo uma alimentação que foge ao padrão recomendável, o chefe da Nação terá prisões de ventre periódicas.
Sem conseguir defecar diante de crises fortes e incessantes, o recurso médico usado é a lavagem, procedimento doloroso, que não pode se repetir por muito tempo. Cientificamente, é a hidrocolonterapia, um tipo de lavagem intestinal em que se insere água morna filtrada e purificada através do ânus, permitindo eliminar as fezes acumuladas e as toxinas do intestino, que é muitas vezes usado para combater a prisão de ventre.
Crise semelhante ocorreu com o paciente Bolsonaro em julho do ano passado. Quanto mais vida sedentária e alimentação de péssima qualidade, mais risco de o intestino não funcionar. E por que a equipe médica sempre admite uma nova cirurgia? Segundo um médico ouvido pela coluna, lavagens constantes levam a risco de infecção, porque pode facilitar a entrada de bactérias através do material utilizado e porque pode remover as bactérias boas do intestino, podendo causar um desequilíbrio da flora intestinal.
Diante disso, a pergunta elementar: o estado de saúde do presidente permitirá que seja candidato à reeleição? Em campanha, o candidato tem que estar com a saúde em dia, principalmente em se tratando de uma corrida presidencial, na qual exige um esforço descomunal, com viagens seguidas de avião, deslocamentos em carros, tempo em pé nos comícios, caminhadas e carreatas, além do porta a porta.
Bolsonaro vai ter que escolher entre a vida e o poder.